Doenças Transmissíveis por Carrapatos

Os carrapatos, além de um grande incômodo, podem trazer consigo inúmeras doenças que afetam diretamente o bem estar do animal, podendo acarretar febre, vômito, diarreia e, eventualmente, a morte. Os cães são alvos fáceis desses aracnídeos parasitas, pois não conseguem combatê-los diretamente, portanto, medidas preventivas precisam ser tomadas para evitar uma possível infestação.

Todo Carrapato pode transmitir doenças ?

A maioria dos carrapatos não transmitem doenças, duas famílias são conhecidas até então: Ixodidae (carrapatos com carapaças duras) e Argasidae (carrapatos sem carapaças, moles). Apesar dos humanos não contraírem doenças diretamente dos cães, carrapatos infectados podem morder as pessoas e, assim, transmitir a elas. Logo, se o cachorro está exposto ao parasita, toda a família também está.

A transmissão de doenças é rápida ?

Nos carrapatos moles, essa transmissão pode ocorrer em menos de 60 segundos. Tanto eles quanto os carrapatos duros carregam seus próprios parasitas que podem causar sérias doenças se penetradas na corrente sanguínea do humano ou do animal. No Brasil, as mais conhecidas são a Babesiose Canina, a Erliquiose Canina e a Febre Maculosa.

Babesiose Canina

Devido ao grande número de células vermelhas do sangue serem destruídas, o animal irá apresentar uma severa anemia, podendo também haver problemas na coagulação sanguínea. São sinais clínicos da babesiose: febre, letargia, perca de apetite, icterícia e palidez na mucosa. Geralmente o tratamento é feito com antibióticos antiparasitários.

Erliquiose Canina

É uma patologia com 3 fases diferentes, sendo elas: aguda, subclínica e crônica, respectivamente. Na primeira fase, a bactéria depositada pela mordida do carrapato se instala nos leucócitos do animal, onde fica protegida e se multiplica. Nela, ocorre também um aumento anormal de órgãos linfáticos e hepáticos. Na segunda fase, ocorre alterações no sistema circulatório e desajustes na resposta imunológica. Por fim, na terceira fase, os sinais são mais evidentes (principalmente palidez na mucosa e anemia) e associados a danos vasculares e ao sistema imunológico. Para tratar a Erliquiose faz-se necessário o uso de medicamentos e o uso de fluidoterapia.

Febre Maculosa

Sua transmissão ocorre, em média, 5 horas após a fixação do carrapato em seu hospedeiro. O período de incubação pode variar, indo de dois dias à duas semanas após a transmissão da bactéria pelo carrapato. Alguns dos sinais clínicos são febre alta, anorexia, depressão, tosse, desidratação, vômito e diarreia. Antibióticos revertem os sintomas em um ou dois dias, desde que a doença seja tratada logo no começo. Quando a terapia é iniciada tardiamente, mesmo antibióticos eficazes podem não ser capazes de prevenir alterações patológicas, como danos neurológicos.

Para evitar que o animal sofra com todos esses sintomas e possíveis doenças, algumas precauções podem ser tomadas, como checar regularmente a pelagem, usar carrapaticidas e dedetizar o ambiente. Todas as doenças podem ser facilmente tratadas se detectadas no início, então é muito importante levar o animal ao veterinário para fazer uma consulta caso veja que há a presença de carrapatos em alguma região de seu corpo.

Autor: Vinícius Nomi Hirata